TY: THES T1 - Supervisão e avaliação da formação: metodologias para a avaliação de competências no processo formativo A1 - Gouveia, João N2 - A proposta de investigação que aqui apresentamos resulta da conjugação da pertinência e actualidade de uma problemática com um interesse pessoal antigo. A primeira resulta da curiosidade em relação ao modo como as competências avaliativas disponíveis no actual mercado da formação têm vindo a evoluir, designadamente tendo em conta emergência de novas formas de organização da formação - e-learning e formação-acção - e com elas novas preocupações quanto ao modo como se avalia. Quanto ao interesse pessoal antigo, esse decorre das funções que temos vindo a desempenhar no âmbito da formação profissional, em particular no que diz respeito a uma dimensão que reputamos de central - a avaliação. A preocupação com a dimensão avaliativa da formação deriva do próprio amadurecimento da formação profissional em Portugal e da progressiva criação de um sistema de formação contínua (regulamentado pela actual DGERT e iniciado com organismos como os extintos INOFOR e IQF - Instituto para a Qualidade na Formação), no âmbito do qual a avaliação se tem assumido como um domínio de intervenção cuja importância parece ser inversamente proporcional ao modo como tem sido passada à prática. Esta preocupação encontra fundamento na escassa percentagem de entidades formadoras (apenas 5% das entidades que se candidataram à acreditação junto do IQF, antecessor da actual DGERT ? Direcção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho) no domínio do acompanhamento e da avaliação. Há, a este respeito, um enorme consenso na sociedade portuguesa. É hoje aceite generalizadamente que importa reformular o próprio modo como a formação é encarada, sendo que essa aceitação resulta da tomada clara de consciência de que tem havido ?insuficiente enfoque na qualidade dos efeitos e na eficiência e sustentabilidade das operações co-financiadas? (MAOTD, 2007). O documento elaborado pelo Governo, enquadrador do Quadro Comunitário de Apoio 2007-2013 (QREN), refere claramente como questão-chave a de criar condições para que ?os esforços de qualificação dos portugueses e de modernização das organizações não se limitem à transferência de recursos e 12 responsabilidades operacionais, mas que sejam essencialmente focalizados nos resultados a atingir? (idem:53). Reconhece-se que, no essencial, os anos que decorreram desde 1986 têm gerado algumas ineficiências em termos de investimentos públicos e comunitários, pela ?exagerada atenção atribuída aos requisitos formais exigidos nos processos de apresentação e apreciação de candidaturas a co-financiamento, que frequentemente se sobrepõem à clarificação dos objectivos e resultados que os proponentes pretendem atingir e, ainda, ao acompanhamento da execução das operações apoiadas? (idem: 52). ? De facto, das questões exclusivamente relacionadas com a eficiência da formação tem-se vindo a passar a uma outra preocupação, mais centrada na eficácia e nos resultados. Complementarmente, importará que sejam criadas condições para a ?disseminação de boas práticas?, acompanhadas de sistemas de monitorização, avaliação e benchmarking, uma vez que são instrumentos que contribuem para o reforço da aprendizagem colectiva. A necessidade de orientação estratégica dos projectos a financiar e executar, centrando mais as preocupações nos fins do que nos meios, traz, assim, à tona a questão da avaliação como sendo uma (senão mesma a) peça central dos esforços formativos. Essa ideia é recorrente no documento enquadrador do QREN 2007-2013 ? ?as avaliações devem ser levadas a cabo antes, durante e após o período de programação? (MAOTD, 2007:109). ? ?as avaliações têm como objectivo melhorar a qualidade, a eficácia e a coerência da intervenção dos fundos e a estratégia e execução dos programas operacionais ?? (ibidem) Simultaneamente, a centralidade actual do conceito de competência e a incontornável vontade governativa de a certificar são igualmente reorientações de fundo que vêm alterar o modo como se diagnostica necessidades de formação, se planeia e, por maioria de razão, se concebem e passam à prática estratégias avaliativas. Não será, portanto, por acaso que, de entre as várias formas de organização da formação, a aposta para o quadro de vigência do QREN consista menos em formação de tipo presencial e mais em modos alternativos de gerir os esforços 13 formativos, com especial ênfase atribuída à formação-acção e à formação à distância em regime de e-learning. Ora, é neste contexto de preocupações que se insere a presente proposta de investigação. Ao longo dos últimos anos, temos tido a grata oportunidade de coordenar projectos de avaliação externa de programas de formação, monitorar acções de formação destinadas a formadores e professores, trabalhar no terreno, supervisionando estágios na formação inicial de professores e apoiando o trabalho de formadores, desde os momentos do diagnóstico de necessidades até à avaliação da eficácia da formação e publicar resultados de investigações realizadas no domínio do diagnóstico, do planeamento, das metodologias pedagógicas e, sobretudo, da avaliação da formação. Este tipo de trabalho temnos permitido confirmar suspeitas, despertar curiosidades e reforçar vontades, constituindo, por isso, a força motriz deste doutoramento.(retirado da introdução). UR - http://repositorio.esepf.pt/handle/20.500.11796/1488 Y1 - 2010 PB - No publisher defined